"[...] a infância não é apenas, ou sobretudo, uma etapa da vida, algo que transcorre num tempo cronológico e, sucedendo, supera-se. Ela habita sem ser percebida, toda palavra como sua condição, como um sombra, como um resto, como uma diferença não percebida. [...] Assim, a infância se torna não apenas fase para adquirir a palavra; mas sobretudo, estado latente que habita toda palavra pronunciada: a de uma criança, mas também a de um adulto e de um ancião, a de qualquer ser humano. [...] A infância passa como etapa, mas ela sobrevive como infantia." (Kohan, 2010)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Variações sobre o mesmo tema: ganchos e intervenções temporárias III

 E encontramos mais coisas para pendurar...
Bambolês revestidos com tiras de celofane (de uma só cor e de várias cores) e tiras de T.N.T.

O objetivo era que, ao passear pela sala, entrando nos espaços criados pelas tiras coloridas, as crianças pudessem vivenciar as diferenças de cor, transparência e opacidade. 

Ainda que os bebês não diferenciem estas qualidades através da linguagem, é importante que vivenciem as diferenças no âmbito sensorial. Não serão capazes de nomeá-las agora (é lógico, ainda não falam! rsrsrs), mas percebem que os materiais são diferentes. Vivenciam através do tato, da exploração oral, da visão... (e isto lhes será fundamental na construção da linguagem)
 Foi interessante perceber como os espaços criados com o celofane serviram a uma exploração mais dinâmica (os bebês corriam para passar entre as tiras, balançavam-nas freneticamente), enquanto os espaços criados com o T.N.T, embora também tenham sido explorados de forma intensa nos primeiros instantes, serviram como espaços mais intimistas, onde os bebês podiam esconder-se.

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