"[...] a infância não é apenas, ou sobretudo, uma etapa da vida, algo que transcorre num tempo cronológico e, sucedendo, supera-se. Ela habita sem ser percebida, toda palavra como sua condição, como um sombra, como um resto, como uma diferença não percebida. [...] Assim, a infância se torna não apenas fase para adquirir a palavra; mas sobretudo, estado latente que habita toda palavra pronunciada: a de uma criança, mas também a de um adulto e de um ancião, a de qualquer ser humano. [...] A infância passa como etapa, mas ela sobrevive como infantia." (Kohan, 2010)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Idéias de Reeleituras

Esta postagem estava no meu outro blog (data de postagem 03 de outubro de 2007). Resolvi publicá-la também aqui pois se refere ao meu trabalho de sala de aula na Educação Infantil :)

Não reescrevi o post (o texto é o original de 2007)

Estou desenvolvendo um projeto de Artes com meus alunos do maternal 1. Comprei recentemente um livro maravilhoso com sugestões de atividades para crianças pequenas (Iniciação à arte para crianças pequenas - Maryann F. Kohl, Renee Ramsey e Dana Bowman - Artmed). Adorei porque as atividades focam o processo, e não o produto, o que eu acredito que é de suma importância para as crianças pequenas (que não tem condições de fazer obras belíssimas como os adultos gostariam de ver). Bem, o fato é que pensei inicialmente neste projeto em fazer atividades de arte processual e mostrar algumas obras famosas com as quais os alunos conseguissem estabelecer algum tipo de identificação, mas jamais pensei em releitura, em função da idade de meus alunos (entre 1 ano e meio e dois anos e meio), pois eles não conseguem nem representar através do desenho ainda, fazem apenas garatujas. Já havia escolhido algumas obras pra apresentar à eles (Os Girassóis de Van Gogh, por sua cor vibrante e tema simples, O Grito de Edvard Munch, pela sua temática de fácil entendimento e alguma obra ainda a escolher de Piet Mondrian, pelas cores e formas geométricas), mas iria apenas mostrar as imagens e conversar.
Como uma aprendizagem produz outra (
nosso cérebro é ativo, graças a Deus!), a idéia dada pela professora na aula presencial havia sido pensada por mim apenas para os alunos grandes (outra realidade com a qual também trabalho), mas quando fiz o meu plano desta semana deu um "click". Por que não fazer releituras desta forma também com os pequenos?
O que parecia antes impossível (pela incapacidade de representação gráfica das crianças), ficou fácil, quando mudei o pensamento do plano da representação gráfica para a representação corporal. O resultado visual ficou MARAVILHOSO!!! Ainda vou realizar a atividade durante toda a semana e por enquanto as crianças estão vendo suas releituras apenas na tela da câmera digital. No final da semana vou passar pra um cd e levá-los para ver os seus GRITOS na sala de tv.

  
O GRITO                             O Grito da ********          O Grito do ********
Edvard Munch


O Grito do ******

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